Realidades diferentes: Enquanto em Pouso Alegre um movimento que pede a criação de um restaurante popular na cidade lançou recentemente mais uma frente de mobilização, através de um abaixo-assinado online que já foi assinada por 40 instituições, entre movimentos e entidades sociais, associações de moradores e núcleos estudantis, pedindo para que a Prefeitura inclua no orçamento já do próximo ano, recursos para construção e manutenção de um restaurante popular na cidade. Política esta que é reconhecida pelo governo federal e já é replicada em outras cidades da região.
Em Poços de Caldas o serviço vem sendo ampliado e a partir de agora, moradores e visitantes podem retirar marmitas do Restaurante Popular em um novo ponto da cidade. Com valor a partir de R$ 2, a comida será vendida na Casa do Caminho, na zona Sul, desde a segunda-feira (11).
Assim como funciona no Restaurante Popular, pessoas com renda de até dois salários mínimos, cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e que fizerem a carteirinha do Restaurante Popular pagam R$ 2 pela marmita. Os demais usuários pagam R$ 5,50.
O horário de venda e retirada das marmitas também será o mesmo do Restaurante Popular, das 11h às 14h. A Casa do Caminho fica na Rua Benedito Quinteiro, n° 20, no Conjunto Habitacional.
Segundo a secretária municipal de Promoção Social, Marcela de Carvalho, a ideia é que a marmitex do Restaurante Popular seja distribuída para população em geral em um novo ponto, seguindo as regras do restaurante.
Quem se enquadra nos critérios de seleção pode procurar o Centro de Referência de Assistência Social mais próximo da região e fazer um cadastro. A carteirinha dá acesso às retiradas da marmita tanto na Casa de Caminho, na zona Sul, quanto no Restaurante Popular, no Centro.
Neste primeiro momento, o projeto “Cozinha Comunitária” será desenvolvido na zona Sul e a expectativa da Secretaria Municipal de Promoção Social é que ele possa ser ampliado para outros locais da cidade.
O Restaurante Popular integra a Política de Segurança Alimentar e Nutricional do município, que visa à efetivação do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde.
O movimento em Pouso Alegre
O movimento ‘Restaurante Popular Já’ começou há poucos meses em Pouso Alegre. A iniciativa contava, então, com 13 organizações da sociedade civil, entre coletivos, associações e adesões independentes. Atualmente, já são 40 instituições que endossam a proposta.
Pouso Alegre é uma das poucas cidades-polo do Sul de Minas que não contam com o equipamento público, que já é uma política reconhecida pelo governo federal e integra a estrutura operacional do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
O acesso a esses restaurantes é universal, mas eles devem dar prioridade a grupos socialmente vulneráveis. Em geral, eles atendem a população trabalhadora de baixa renda que não tem condições de pagar por refeições balanceadas e nutritivas em restaurantes tradicionais.
No final das contas, os pratos ofertados nos restaurantes populares são ofertados a preços acessíveis, mas variáveis. Em Poços de Caldas, por exemplo, o equipamento público, que foi inaugurado em 2015, oferece pratos por R$ 2 para a população cadastrada no CRAS e que tenha renda familiar de até 2 salários mínimos mensais. Para o restante da população, o valor é de R$ 5,50.
